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Vagabond: ou o melhor mangá de todos os tempos! ( Part.1)



Confesso a vocês que depois que coloquei esta imagem para escrever esta resenha, tive que parar, pegar novamente os mangás, reler , pelo menos o primeiro por completo, para sentir como é, novamente,o sentimento único que esta leitura consegue proporcionar em nós, para só assim tentar transmitir, dentro das minhas limitações como escritor,  o que e o quão importante é esse mangá.
A proposta deste blog, deste o início foi a de criar um conteúdo que refletisse o que nós sentimos, um conteúdo que nos identifique. Tal que ao escrevermos, busquemos colocar em cada linha um pedacinho do que acreditamos, de nossa visão, do nosso ponto de vista, do que nos marcou. Essa é a proposta do blog, ser esse diferencial. 
Talvez aqui vocês não encontrarão uma resenha ampla sobre determinado tema, técnica demais, mas eu tenho a certeza de que encontrarão sentimento em cada palavra aqui escrita.  
Então, mãos à obra! Quem é a mente por trás deste mangá? Seu nome é Takehiko Nariai ou mais conhecido por seu pseudônimo, Takehiko Inoue. É um mangaká japonês que criou além de Vagabond, também Slam Dunk, outro mangá que merece resenha neste blog. Afinal, o que ele criou que não merece uma resenha neste blog? Sejamos sinceros!
Eu não ousaria traduzir o título para o português, pois nem sempre as traduções conseguem expressar o que realmente significa. O mais perto que podemos chegar de uma possível tradução e uma busca do significado do título, por mera especulação, seria como um andarilho, alguém que vaga em busca de respostas, redenção, descobertas, entre muitas outras coisas que nos são apresentadas por Takehiko.
Vagabond trata primordialmente sobre a condição humana e o autor consegue trazer de forma primorosa, pois o enredo é impecável e consegue trazer à tona os nossos mais profundos sentimentos. Creio que nesse ponto, Vagabond se destaque dos demais títulos, por esta capacidade que o autor conseguiu criar. Como exemplo, trago a frase que se encontra no volume 1, na parte interior da capa:
"Apenas quem já experimentou a frustração da derrota consegue saborear com plenitude a alegria da vitória. Da mesma forma, quem não encara a morte não será capaz de sentir o verdadeiro significado da vida. A felicidade seja como for, é a capacidade de sentir gratidão pelo agora. Pode parecer simples, mas é difícil. E parecendo difícil, é simples.
 Em uma entrevista concedida e publicada no livro "MANGA: Masters of the Art" by Timothy R. Lehmann, Takehiko numa brilhante exposição diz o o intuito de ter escrito Vagabond.

"When things don't go right in your life, that's not the end of it and there's still more to go, so I wanted to draw about the things beyond that.  When you haven't experienced that before, you think it's the end.  A handicap is one example, but it can be other things in your life.  For example, there's a character named Nomiya who quits high school, and people think it's unbelievable to quit high school and that there's nothing for him in the future.  Beyond that, there's a lot of drama--there might be things that make you happy, that even make you want to cry, and there may things that don't go well, but that's what I want to draw." ( original)


" Quando as coisas não vão de bem em nossa vida, isso não é o fim , ainda há mais a seguir, então eu quis desenhar sobre coisas além disso. Quando você não passou por isso antes, pode até pensar que seja mesmo o fim.  O mercado de apostas é um exemplo, mas pode ser qualquer outra coisa na sua vida. Por exemplo, há um personagem chamado Nomiya, que deixou o ensino médio, e as pessoas pensam que isso é inaceitável e que não há futuro para quem o faça. Além disso, há muito drama, deve haver coisas que farão você feliz, que farão você querer chorar, e há coisas que não irão bem... mas é isso o motivo que eu quis desenhar." ( tradução)
Fiz questão de colocar o texto integral, não no intuito de dizer que sei ler em inglês, mas para ser fiel com o autor, pois talvez eu não consiga, dentro das minhas limitações, traduzir o que ele realmente quis passar. Mas aí está o brilhantismo de Vagabond, de Takehiko, que assim diz, num país onde tudo é mais, onde como ele mesmo dirá, deixar o ensino médio é sinal de não ser nada no futuro, e muitas vezes, como acontece e vemos no noticiário, é capaz de fazer com que a vida perca o sentido. Isso é só um exemplo. 
Vagabond toca nessas feridas, na essência do que é ser, nas dificuldades, nas escolhas, nas superações.  Vagabond vale cada segundo de leitura! 
Na segunda parte, tratarei sobre a arte de Vagabond, que é perfeita. Pensem comigo: Como não ler algo que tem o enredo perfeito e a arte perfeita e que ainda agrega muito para si mesmo?  
Agora para deixar uma ponta de curiosidade para a parte 2, em que vou tratar da riqueza de detalhes em que Takehiko ilustra seus mangás, deixo uma migalha do que lhes esperam no próximo post e assim, me despeço...



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